Endometriose: uma doença de difícil diagnóstico

INTRODUÇÃO

A endometriose é uma doença benigna do sistema reprodutor feminino que consiste na presença de fragmentos do tecido endometrial fora da cavidade uterina, geralmente nos ovários, tubas uterinas e/ou peritônio (revestimento dos órgãos internos), embora possa se espalhar para outras regiões mais próximas ao aparelho reprodutor feminino.

O tecido fora do útero responde de forma semelhante, e assim, os ciclos repetidos de crescimento e descamação (sangramento) levam a inflamação, fibrose e aderências, além de coleções de sangue e de restos de células endometriais nos ovários, chamados de endometriomas, e apelidados de “cistos de chocolate”, pelo seu conteúdo castanho escuro.

Não se sabe exatamente qual a causa da endometriose. A teoria mais aceita sobre a origem da doença é quando o endométrio reflui através das tubas uterinas para a pelve, onde produz pequenos sangramentos que, se não forem adequadamente eliminados pelo próprio corpo do paciente, podem formar aderências que causam dor e infertilidade na paciente.

A endometriose afeta cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo e quase sete milhões de brasileiras,  ou seja , uma a cada 10 mulheres no Brasil em idade reprodutiva tem endometriose.

SINAIS E SINTOMAS DE ENDOMETRIOSE

Os sintomas de endometriose, podem começar precocemente e devem ser investigados, já que o diagnóstico tardio permite o agravamento da doença e pode levar à infertilidade. As mulheres com endometriose têm vinte vezes mais chances de se tornarem inférteis.

Os principais sintomas da endometriose são:

  • Cólica menstrual intensa no período menstrual (dismenorreia) que afeta as atividades diárias e a qualidade de vida
  • Dor profunda durante ou após a relação sexual
  • Dor pélvica crônica
  • Sintomas gastrointestinais cíclicos ou relacionados à menstruação , em particular, evacuações dolorosas
  • Sintomas urinários cíclicos ou relacionados ao período menstrual , em particular, sangue na urina ou dor ao urinar
  • Infertilidade em associação e esterilidade.

ENDOMETRIOSE E FERTILIDADE

A endometriose é causa frequente de infertilidade. Até 50% das mulheres com endometriose têm dificuldade em engravidar e até 50% das mulheres com infertilidade têm endometriose.

Isto não quer dizer que a gravidez não seja possível: quem tem endometriose pode engravidar naturalmente. Tudo depende da extensão da doença (mais do que das dores) e dos órgãos e localizações envolvidas.

Em casos de oclusão tubária bilateral, independentemente da causa, a gravidez só poderá ser possível através de técnicas de Reprodução Assistida como Fertilização in Vitro (FIV).

A paciente que apresenta endometriose e deseja engravidar pode realizar uma avaliação de reserva ovariana com o objetivo de prever sua capacidade reprodutiva.

O hormônio anti-Mülleriano (AMH) é o método atual de estimar a reserva de óvulos com relativa precisão através de um exame de sangue. A técnica permite estimar o número de óvulos existentes no ovário e ao ser associada ao exame de ultrassom transvaginal pode predizer a reserva ovariana da mulher.

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO

O diagnóstico definitivo e padrão-ouro da endometriose é a videolaparoscopia com biópsia e confirmação por exame anatomopatológico do material enviado para biópsia.

Porém a suspeita e o diagnóstico clínico são pontos de partida para o ginecologista desvendar esta enfermidade, mitigando o atraso de anos entre o início dos sintomas até o reconhecimento da endometriose, poupando assim o tempo de sofrimento da paciente.

A suspeita pode surgir durante a consulta médica, a partir dos sintomas da paciente, e após o exame clínico ginecológico. A suspeita aumenta com massas detectadas na palpação bimanual (“toque” ginecológico), percebida pela diminuição da mobilidade do útero, habitualmente com dor no exame. Outros exames, ajudam a esclarecer o diagnóstico.

No sangue, é possível fazer a dosagem  de CA-125, já que os valores aumentados podem  indicar presença de endometriose, mas essa elevação também pode ocorrer em outras patologias ginecológicas, e sendo assim alguns autores assumem que este exame pode ser um complemento ao diagnóstico.

A Ultrassonografia Pélvica e Transvaginal (USTV) com preparo intestinal e a Ressonância Nuclear Magnética (RNM) são os principais métodos por imagem para detecção e estadiamento da endometriose.

A videolaparoscopia é um importante componente do diagnóstico e no tratamento da endometriose. É reconhecida como o padrão-ouro para o diagnóstico da endometriose, devida a relativa facilidade em identificar características específicas das lesões de endometriose, e permite ainda o tratamento, afirmando-se como abordagem “one-step” (em um passo).  

Naturalmente, nem sempre é possível ou desejável fazer este exame, sendo assim, o tratamento se inicia pela forte suspeição levantada pelos sinais e sintomas, no contexto de uma história clínica compatível e por outros exames, menos invasivos.

Em suma, vê-se como é complexo esse diagnóstico. Sendo assim, ao observar qualquer um dos sintomas descritos, procure um especialista o quanto antes.

Marque sua consulta

ENVIE SUA MENSAGEM

Onde estamos

CONTATO

FUNCIONAMENTO

Segunda a sexta: 07h às 18h

Sábado: 07h30 às 12h

Todos os direitos reservados para Art BH. Desenvolvido por Agência Salt