O diagnóstico de um câncer afeta o presente e o futuro dos pacientes. O tratamento pode ser longo e, muitas vezes, traz consequências que afetam outras áreas da vida, como a fertilidade. Os tratamentos do câncer, como a radioterapia e a quimioterapia, podem comprometer a capacidade reprodutiva de homens e mulheres.
Há homens que desenvolvem problemas na produção dos espermatozoides. Enquanto há mulheres que perdem a reserva ovariana ou precisam até mesmo retirar o útero em decorrência do câncer. Dessa forma, a oncofertilidade representa uma nova possibilidade de gerar a vida após o tratamento.
Congelamento de gametas
A técnica mais recomendada para preservação da fertilidade é o congelamento de gametas. Tanto os óvulos, quanto o sêmen, podem ser congelados por meio da vitrificação (congelamento ultrarrápido) e usados posteriormente. Não há prazo de validade para o uso e cerca de 90% dos gametas sobrevivem após o descongelamento e podem ser fertilizados. Também é possível congelar os embriões. Eles são vitrificados após a fertilização em laboratório.
Mas é importante lembrar que o congelamento dos gametas é indicado quando os pacientes possuem tempo hábil de realizar a coleta antes de iniciar o tratamento contra o câncer. No caso das mulheres, essa questão é imprescindível, já que a coleta dos óvulos pode demorar de duas a seis semanas, já que é necessário estimular a ovulação por meio de hormônios.
Doação de gametas
Quando não é possível congelar os gametas ou os embriões, uma alternativa é recorrer à um banco de óvulos ou sêmen, após a cura do câncer. Dessa forma, o tratamento de reprodução assistida (FIV ou inseminação artificial), será feito com óvulos ou sêmen doados.
A medicina tem avançado muito e as técnicas para preservação da fertilidade estão, a cada ano, mais promissoras. Por isso, o diagnóstico do câncer não precisa significar o fim do sonho de gerar a vida.