Esta é a tabela parcial e modificada da sexta edição do Manual da OMS, publicada recentemente, que introduziu os “limites de decisão” para diferenciar amostras normais das anormais, a partir do estudo de uma população de referência, com análises do sêmen de mais de 3500 homens de 12 países diferentes. 

Essa população de referência é definida como homens cujas parceiras alcançaram a gestação no período de um ano após relação sexual frequente, sem uso de métodos contraceptivos. A partir do estudo com essa população, o manual trouxe uma tabela da distribuição dos resultados da análise seminal. Alguns casais de sorte tiveram uma concepção em um ano de tentativas, apesar de problemas no ejaculado. Em contrapartida, outros homens com ejaculados considerados normais, não obtiveram êxito durante esse mesmo período.

É importante lembrarmos que o quinto percentil inferior dos dados na tabela não representa um limite entre homens inférteis e férteis, e, sim, que apenas 5% dos homens com aquelas características seminais conseguiram uma gestação natural.

Portanto, a distribuição dos resultados dos parâmetros seminais não estabelece limites para decisão clínica, podendo apenas orientar os médicos a analisar os resultados em conjunto com os outros exames complementares.

Importante lembrar:

•         Uma única análise seminal não é suficiente;

•         A contagem e a qualidade dos espermatozoides variam;

•         Os parâmetros seminais são afetados por doenças, estresse, toxinas, etc.;

•         O tempo de abstinência impacta os parâmetros seminais;

•         Um espermograma de rotina não mede a integridade do DNA espermático: Cerca de 8% dos homens com sêmen normal terão alguns espermatozoides com DNA fragmentado, e, portanto, deve ser feito um teste específico para avaliar a integridade do DNA dos espermatozoides.

Texto escrito por Patrícia Pinho de França, Embriologista da Art BH Medicina.